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Mostra de Cinemas Africanos acontece de 18 a 25 de setembro em Salvador com encontro inédito do audiovisual

Programação inclui filmes inéditos no Brasil, sessões com marcos históricos, presença de cineastas e encontro com mais de 50 profissionais do audiovisual africano e brasileiro

09/09/2024 às 00h16
Por: Miquel Souzza Fonte: Assessoria de Comunicação.
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Reprodução / Imprensa. - Olivier Marceny
Reprodução / Imprensa. - Olivier Marceny

A Mostra de Cinemas Africanos realiza mais uma edição em Salvador (BA), entre os dias 18 e 25 de setembro com sessões no Circuito Saladearte Cinema da UFBA, Cine MAM e Cinema do Museu, além do Cineteatro 2 de Julho (IRDEB - Federação). Neste ano a programação na cidade baiana também é marcada por um encontro inédito que vai reunir mais de 50 profissionais do audiovisual africano e brasileiro, que atuam em diversos setores da cadeia de produção, do roteiro à distribuição. Outras atividades paralelas, como cursos, bate-papos e laboratório crítico também integram a programação. Informações no site www.mostradecinemasafricanos.com 

Nesta edição, serão apresentados mais de 30 filmes de 16 países do continente africano, com vários títulos inéditos no Brasil e uma curadoria de programações especiais que giram em torno de marcos históricos como os 30 anos de liberdade na África do Sul, 30 anos do genocídio em Ruanda e o centenário de Amílcar Cabral (1924-1973), icônico líder revolucionário da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.

A abertura do festival acontece dia 18 de setembro, no Cineteatro 2 de Julho (IRDEB - Federação), às 20h, com exibição do filme “Banel & Adama” (2023), da jovem franco-senegalesa Ramata-Toulaye Sy. O conto senegalês acompanha um jovem casal de uma pequena aldeia confrontado pelas convenções da sua comunidade. O filme concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes 2023 e faz sua pré-estreia comercial no Brasil durante a Mostra. Outro destaque é o longa “Black Tea - O Aroma do Amor” (2024), de Abderrahmane Sissako, um dos cineastas mais consagrados do continente africano. O longa, inédito no Brasil, conta a história de uma jovem da Costa do Marfim que se apaixona por um homem chinês mais velho, após imigrar para a Ásia. Ambos os cineastas estarão presentes na programação do festival.

Entre os filmes estreantes no Brasil que também contarão com a presença dos seus realizadores, estão a docuficção “Pirinha” (2024), da cabo-verdiana Natasha Craveiro, que apresenta a jornada de uma jovem lutando para libertar-se das masmorras de seu subconsciente e dos traumas de infância. Da África do Sul, o documentário “Banido” (2024), de Naledi Bogacwi, narra os acontecimentos em torno do filme “Joe Bullet” (1973), composto totalmente por pessoas africanas negras e banido pelo governo do apartheid. Já o nigeriano Dika Ofoma discute as complexidades das relações comunitárias e familiares em um contexto de tensão política no curta “Uma Segunda-feira Tranquila” (2023).

A Mostra de Cinemas Africanos 2024, único festival no Brasil dedicado exclusivamente à exibição de filmes africanos contemporâneos, tem curadoria de longas-metragens assinada por Ana Camila Esteves, diretora e idealizadora do evento, e pela programadora senegalesa Ibee Ndaw. “Mais uma vez, reafirmamos nosso compromisso de trazer ao Brasil o melhor dos cinemas africanos recentes, permitindo ao público brasileiro conhecer e apreciar a riqueza e diversidade dessas cinematografias”, afirma Ana Camila. Ela também destaca a importância da Mostra em promover a produção de conteúdo sobre o cinema africano: “É essencial para nós abordar os acontecimentos que marcaram a História da África, como os traumas do genocídio de Ruanda e do apartheid na África do Sul, que ainda ressoam no imaginário dos cineastas desses países. Da mesma forma, celebrar o centenário do líder revolucionário Amílcar Cabral é uma forma de homenagear as histórias de resistência dos povos africanos como um todo”.

 

Conheça as programações especiais desta edição:

 

Foco 30 anos de Liberdade na África do Sul

Com curadoria de Marcelo Esteves e em parceria com o Durban International Film Festival (DIFF), a Mostra de Cinemas Africanos oferece uma programação especial de filmes que discutem os traumas, as controvérsias e os desdobramentos do regime do apartheid, cujo fim, em 1994, completa três décadas este ano. 

 

Especial Centenário Amílcar Cabral

Programação especial que reflete sobre o legado do líder revolucionário Amílcar Cabral (1924-1973), nas comunidades cabo-verdianas e guineenses. O foco da curadoria inclui filmes que exploram sua influência e repercussão. 

 

Especial 30 anos do genocídio em Ruanda

Um dos eventos mais devastadores do século XX, que assassinou quase um milhão de pessoas das etnias tútsi, tuá e hutú, deixando marcas profundas na sociedade ruandesa. Esta programação destaca filmes que exploram as cicatrizes deixadas pelo genocídio, convidando para uma reflexão sobre as complexas dinâmicas sociais e históricas de Ruanda.

 

Foco Madagascar

Nesta seleção de filmes de produção local e diaspórica, são retratados personagens que enfrentam questões profundas de identidade, violência e resistência em um contexto malgaxe. Cada obra revela como as histórias pessoais e coletivas se entrelaçam para formar um retrato complexo e evocativo de uma nação.

 

Programação Especial: Direito à arte, à terra e ao luto

Uma seleção de filmes que tratam de exploração colonial, racismo e epistemicídio integram um programa especial na Mostra de Cinemas Africanos 2024. Com curadoria de Ana Camila Esteves, Gabriela Almeida e Emi Koide, esta sessão exibe curtas e longas documentais que tematizam, de diferentes formas, o trauma e o luto da violência colonial e o direito à restituição de objetos, obras de arte e restos mortais.

 

Retrospectiva Mostra de Cinemas Africanos

A programação revisita os títulos mais populares exibidos desde a primeira edição da Mostra, em 2018. As exibições, que acontecem no Cine MAM e no Cineteatro 2 de Julho, trazem de volta filmes que foram sucesso de público, oferecendo uma nova oportunidade para apreciar essas obras que conquistaram os espectadores ao longo dos anos. Seja para rever filmes queridos ou descobri-los pela primeira vez, a Retrospectiva convida o público a revisitar marcos importantes do cinema africano contemporâneo.

 

Atividades Paralelas

A partir de sua missão em difundir conhecimento, produzir conteúdo e promover o diálogo entre a produção audiovisual africana e brasileira, a Mostra de Cinemas Africanos também realiza atividades paralelas. Nesta edição serão realizados o minicurso Construções Cinematográficas de Amílcar Cabral: Reflexões sobre os Cinemas Africanos e suas Narrativas, com facilitação da pesquisadora, doutora em Comunicação, Cultura e Artes Jusciele Oliveira, e o Laboratório Crítico, conduzido pelo jornalista e crítico de cinema Rafael Carvalho. As atividades acontecem gratuitamente no Museu de Arte Contemporânea da Bahia, entre os dias 17 e 24 de setembro. A programação completa está no site.

A Mostra de Cinemas Africanos em Salvador-Bahia tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.

 

Encontros do Audiovisual Brasil-África

Como parte da programação 2024, a Mostra de Cinemas Africanos promove entre os dias 19 e 22 de setembro, a primeira edição dos Encontros do Audiovisual Brasil-África, iniciativa que fomenta parcerias e colaborações entre o cinema africano e o brasileiro. O evento reúne mais de 50 profissionais de ambos os lados do Atlântico Sul e busca criar um espaço propício para a colaboração, onde conhecimentos e experiências possam ser trocados para impulsionar as indústrias cinematográficas dos dois territórios. As atividades acontecem no Cineteatro 2 de Julho (IRDEB - Federação).

A programação acontece em torno de quatro pilares: Pesquisa, Produção, Difusão e Formação. Especialistas do Brasil e da África irão compartilhar conhecimentos e fomentar novos projetos de coprodução, visando que o cinema africano e brasileiro ganhem ainda mais força e alcance. Serão quatro dias de atividades intensas que incluem mesas-redondas, apresentações de profissionais do cinema e um fórum dedicado a discutir a construção de uma cooperação sustentável entre Brasil e África na indústria criativa, com ênfase no cinema. 

A participação é gratuita e limitada ao número de vagas de cada atividade. A programação completa e as inscrições podem ser ecnontradas no site.

O projeto Encontros do Audiovisual Brasil-África  foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.

 

Mostra de Cinemas Africanos 2024

Salvador (BA): 18 a 25 de setembro

Exibição de filmes: Cineteatro 2 de Julho, Circuito Saladearte Cinema da UFBA, Cinema do Museu e Cine MAM.

Encontros do Audiovisual Brasil-África: Cineteatro 2 de Julho (IRDEB - Federação).

Atividades Paralelas: Museu de Arte Contemporânea da Bahia.

Filmes: mais de 30 filmes de 16 países.

Cineastas africanos convidados: Abderrahmane Sissako (Mauritânia),  Ramata-Toulaye Sy (França/Senegal), Natasha Craveiro (Cabo Verde), Naledi Bogacwi (África do Sul), Dika Ofoma (Nigéria)

Programação completa: mostradecinemasafricanos.com

 

LONGAS

“Adeus, Julia” (“Goodbye Julia”, Sudão, Egito, Alemanha, França, Arábia Saudita, Suécia: 2023), dir.: Mohamed Kordofani - 

“A sepultura vazia” (“The empty grave”, Tanzânia, Alemanha: 2024), dir.: Agnes Lisa Wegner e Cece Mlay;

“Banel & Adama” (“Banel & Adama”, Senegal, França, Mali: 2023), dir: .Ramata-Toulaye Sy 

“Banido” (“Banned”, África do Sul: 2024), dir.: Naledi Bogacwi;

“Black Tea – O Aroma do Amor” (“Black Tea”, França, Luxemburgo, Taiwan, Mauritânia: 2024), dir. Abderrahmane Sissako; Trailer

“Dente por Dente” (“Dent pour dent”, Senegal, Bélgica, França, Ruanda: 2023), dir.: Ottis Ba

“Depois das Longas Chuvas” (“Baada Ya Masika”, Quênia, Suíça: 2023), di.: Damien Hauser;

“Dia dos Pais” (“Father’s Day”, Ruanda: 2022), dir.: Kivu Ruhorahoza

“Didy” (“Didy”, Suíça: 2024),dir.: Gaël Kamilindi e François-Xavier Destors

“Disco Afrika: Uma História de Madagascar” (“Disco Afrika: A Malagasy Story”, França, Alemanha, Ilhas Maurício, Catar, África do Sul: 2023), dir.:: Luck Razanajaona

“Donga” (“Donga”, Líbia: 2023), dir.: Muhannad Lamin

“Legado: A História Descolonizada da África do Sul” (“Legacy: The De-colonized History of South Africa”, África do Sul: 2024), dir.: Tara Moore

“Não se Atrase Para o Meu Funeral” (“Don’t Be Late for My Funeral”, África do Sul: 2023), dir.: Diana Keam;

“Nome” (“Nome”, Guiné-Bissau, França, Portugal, Angola: 2023), dir.: Sana N’Hada;

“Nossa Terra, Nossa Liberdade” (“Our Land, Our Freedom”, Quênia, Portugal, EUA: 2023), dir.: Meena Nanji e Zippy Kimundu

“Homem Novo” (“Omi nobu”, Cabo Verde: 2023), dir.: Carlos Yuri Ceuninck

“Os Recrutas de Londres” (“London Recruits”, África do Sul: 2024), dir. Gordon Main;

“Pirinha” (“Pirinha”, Cabo Verde: 2024), dir.: Natasha Craveiro;

“Todas as Cores do Mundo Estão Entre o Preto e o Branco” (“All the Colours of the World are Between Black and White”, Nigéria: 2023), dir: Babatunde Apalowo;

“Zaho Zay” (“Zaho Zay”, Madagascar, Áustria, França: 2020), dir.: Maéva Ranaïvojaona e Georg Tiller;

 

CURTAS

“A Espera” (“The wait”, África do Sul: 2023), dir.: Imran Hamdulay

“A História de Ne Kuko” (“The Story of Ne Kuko”, Países Baixos: 2023), dir.: Festus Toll

“As Estátuas Também Morrem” (“Les statues meurent aussi, França: 1963), dir.: Alain Resnais e Chris Marker

“Keba, Interrompido” (“Keba, Interrupted”, África do Sul: 2024), dir.: Meja Shoba;

“Uma Segunda-feira Tranquila” (“A Quiet Monday, Nigéria: 2023), dir.: Dika Ofoma;

“Você Me Esconde - A Colonização da Arte Africana no Museu Britânico” (“You Hide Me - The Colonization of African Art in the British Museum”, Reino Unido: 1970 ), dir.: Nii Kwate Owoo

“Zanatany – Quando as mortalhas sem alma sussurram” (“Zanatany, l’empreinte des linceuls esseulés”, Bélgica, França: 2024), dir.: Hachimiya Ahamada

 

Sobre a Mostra de Cinemas Africanos

A Mostra de Cinemas Africanos é o único festival continuado dedicado exclusivamente à exibição de filmes africanos contemporâneos no Brasil. Criado em 2018, em Salvador (BA), pela produtora cultural e pesquisadora brasileira Ana Camila Esteves, juntamente com a curadora e pesquisadora espanhola Beatriz Leal-Riesco, o festival traz ao Brasil uma seleção dos títulos relevantes apresentados nos principais festivais internacionais de cinema e outros filmes de destaque identificados por meio da pesquisa das curadoras.

O trabalho curatorial da Mostra de Cinemas Africanos leva em conta filmes  de curta e longa-metragem contemporâneos, de realizadores da África e sua diáspora. Nesses 7 anos, a Mostra exibiu mais de 300 filmes de 33 países africanos, alcançando mais de 400 mil pessoas e proporcionando uma visão rica e diversificada da cinematografia do continente. Além da programação de filmes, o evento realiza cursos, encontros, debates e a publicação de um catálogo anual com artigos científicos, ensaios e entrevistas, disponíveis no site. 

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