O percurso entre o Campo Grande e a Lapinha será tomado por muita fé e alegria nesta sexta-feira (5), com a realização da tradicional da Volta dos Caboclos, às 18h. Os carros alegóricos do Caboclo e da Cabocla retornarão do da Praça 2 de Julho para o Pavilhão 2 de Julho, com a participação da Orquestra do Maestro Reginaldo de Xangô. Às 20h, o Largo da Lapinha ainda recebe o Samba de Caboclo, dentro da programação cultural organizada pela Prefeitura de Salvador pelos 201 anos da Independência do Brasil na Bahia.
A orquestra do maestro Reginaldo de Xangô sempre foi um grande destaque da festa. Rita Barbosa, herdeira do maestro, que faleceu em junho de 2013, demonstra muita emoção por fazer parte da celebração. "Enquanto mulher preta e de santo, estar à frente desse projeto, desse movimento cultural e religioso é uma honra muito grande. Cada preparação, cada ensaio, é um ato de devoção", relata Rita.
A responsabilidade de levar os caboclos às ruas, vendo a devoção e as lágrimas de agradecimento do público, transforma a experiência em algo mais que um simples desfile: é um momento de profunda conexão espiritual e cultural. Segundo Rita, isso tem gerando uma ansiedade enorme. "Já não existe mais um dormir, já não existe mais um sono, é um preparo que o psicológico já é totalmente modificado, tudo está em função do desfile", ressalta.
Preparação – A preparação para a Volta dos Caboclos começa muito antes do evento, com um compromisso que transcende a simples organização de uma festividade. A banda, com raízes profundas na religiosidade de matriz africana, dedica-se não apenas aos acordes musicais, mas também à veneração dos caboclos como heróis históricos e espirituais.
"Se preparar para esse momento é um sentimento muito forte, porque tem um compromisso que é do coração mesmo, sabe, e eu vejo isso que é comum aos músicos. A gente não se prepara para fazer um evento, nós nos preparamos para a Volta da Cabocla. Então isso é muito diferente, são os nossos caboclos", disse Rita.